terça-feira, 5 de outubro de 2010

2º Andar Dtº.



Ele vinte anos, e ela dezoito
e há cinco dias sem trocarem palavra
lembrando as zangas que um só beijo curava
e esta história começa no instante
em que o homem empurra a porta pesada
e entra no quarto onde a mulher está deitada
a dormir de um sono ligeiro...

...Não fales, que o bebé ainda acorda
não grites, que o vizinho ainda acorda
e não me olhes, que o amor ainda acorda
deixa-o dormir o nosso amor, um bocadinho mais
deixa-o dormir, que viveu dias tão brutais...

Excerto do poema 2º Andar Dtº,  Sergio Godinho
Fotografia: Diário de Lisboa
(algures entre as Amoreiras e o marquês de Pombal)

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