Não são as tuas folhas caídas que me comovem,
Nem o chão atapetado de natureza morta.
Não me comove sentir harmonia no chão desarrumado pelo vento,
Nem as cores maravilhosas das tuas folhas, ainda que presas por um fio num galho frágil.
Excessivamente afogueado...
És Outono.
És caduco.
És perene e abusivo.
Despes a vida e tornas-te quase inconvenientemente sublime.
Sublime e contraditório.
Trazes na morte a renovação.
Mas hoje, tu não me comoves, porque tu és de acordo com a época.
Assim deve ser a tua natureza.
O que me comove hoje é o teu banco de jardim.
Comove-me o teu banco pintado de verde à espera de gente sem esperança.
Sem cor.
Sem rumo.
Gente quase perdida num Outono de desespero.
Comovem-me os tempos que se auguram difíceis.
É gratificante saber que as minhas palavras e emoções possam ser partilhadas aqui.
ResponderEliminarNão conhecia este seu blogue, parabéns!
Bjs
Obrigado MZ.
ResponderEliminarEste acaba por ser um blogue paralelo ao outro.Muitas vezes sentia que faltavam palavras ás fotografias.Como não as sei escrever peço-as emprestadas a quem tão bem o faz.É também uma maneira de "reciclar" algumas fotografias que gosto e de dar a conhecer outras que não cabiam no diário de Lisboa original.
Uma vez mais obrigado e muito bem vinda.
Bjs