segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sentas-te...

Sentas-te num banco de jardim e não esperas.
Sento-me a teu lado, Lisboa.
Podíamos perguntar-nos onde está a noite quando é dia mas não o fazemos.
Sabemos que a noite está sentada mais adiante, noutro banco de jardim.
Conversamos com ela em pensamento.
José Luís Peixoto










Linhas paralelas

Tento não me perder e para não me perder tracei duas linhas paralelas no chão que piso.
Iludida pela imagem das duas linhas vou caminhando a direito.
Só posso caminhar pelos caminhos que as duas me indicam, pouco importando qual o destino a que me levam.
Faço-o de olhos fechados. Outras vezes, de olhos semicerrados.
E as linhas sempre lá. Do lado direito, do lado esquerdo. Paralelas.
Uma de fronte da outra.
Namoram-se? Veêm-se? Que sei eu da vida destas duas linhas que me guiam? Tracei-as eu ou foi alguém que as traçou para mim?
E a vida vai passando.
Sem que eu a tente prever, sem que tente adivinhar para onde vou, onde pararei este meu caminho conduzido por mãos invisíveis que me vão levando, de ponto em ponto na vida.
Vera Lima

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Retrato.

O teu corpo
As minhas mãos no teu corpo
O meu cheiro
A tua roupa inundada do meu cheiro
O teu sabor
Eu esquecida de te saborear
O meu sorriso
Tu esquecido de me fazer sorrir
Eu&Tu
Noutro tempo talvez
 Vera Lima