quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Outono II.
Outono
Uma lâmina de ar
Atravessando as portas. Um arco,
Uma flecha cravada no outono. E a canção
Que fala das pessoas. Do rosto e dos lábios das pessoas.
E um velho marinheiro, grave, rangendo o cachimbo como
Uma amarra. À espera do mar. Esperando o silêncio.
É outono. Uma mulher de botas atravessa-me a tristeza
Quando saio para a rua, molhado, como um pássaro.
Vêm de muito longe as minhas palavras, quem sabe se
Da minha revolta última. Ou do teu nome que repito.
Hoje há soldados, eléctricos. Uma parede
Cumprimenta o sol. Procura-se viver.
Vive-se, de resto, em todas as ruas, nos bares e nos cinemas.
Há homens e mulheres que compram o jornal e amam-se
Como se, de repente, não houvesse mais nada senão
A imperiosa ordem de (se) amarem.
Há em mim uma ternura desmedida pelas palavras.
Não há palavras que descrevam a loucura, o medo, os sentidos.
Não há um nome para a tua ausência. Há um muro
Que os meus olhos derrubam. Um estranho vinho
Que a minha boca recusa. È outono.
A pouco a pouco despem-se as palavras.
Poema: Joaquim Pessoa.
Fotografia: Diário de Lisboa.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Outono!
SONATA DE OUTONO
Inverno não é 'inda mas Outono
Na sonata que bate no meu peito
Poeta distraído, cão sem dono
Até na própria cama em que me deito
Na sonata que bate no meu peito
Poeta distraído, cão sem dono
Até na própria cama em que me deito
Inverno não é 'inda mas Outono
Na sonata que bate no meu peito
Acordar é a forma de ter sono
No presente e no pretérito imperfeito
Na sonata que bate no meu peito
Acordar é a forma de ter sono
No presente e no pretérito imperfeito
Mesmo eu de mim próprio me abandono
Se o rigor que me devo não respeito
Acordar é a forma de ter sono
No presente e no pretérito imperfeito
Se o rigor que me devo não respeito
Acordar é a forma de ter sono
No presente e no pretérito imperfeito
Morro de pé
Mas morro devagar
A vida é afinal o meu lugar
E só acaba quando eu quiser
Mas morro devagar
A vida é afinal o meu lugar
E só acaba quando eu quiser
Não me deixo ficar
Não pode ser
Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar
Pois viver é também acontecer
Não pode ser
Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar
Pois viver é também acontecer
A vida é afinal o meu lugar
E só acaba quando eu quiser
E só acaba quando eu quiser
José Carlos Ary Dos Santos
Fotografia:Diário de Lisboa
Fotografia:Diário de Lisboa
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Lisboa perto e longe
Lisboa chora dentro de Lisboa Lisboa tem palácios sentinelas. E fecham-se janelas quando voa nas praças de Lisboa -- branca e rota a blusa de seu povo -- essa gaivota. Lisboa tem casernas catedrais museus cadeias donos muito velhos palavras de joelhos tribunais. Parada sobre o cais olhando as águas Lisboa é triste assim cheia de mágoas. Lisboa tem o sol crucificado nas armas que em Lisboa estão voltadas contra as mãos desarmadas -- povo armado de vento revoltado violas astros -- meu povo que ninguém verá de rastos. Lisboa tem o Tejo tem veleiros e dentro das prisões tem velas rios dentro das mãos navios prisioneiros ai olhos marinheiros -- mar aberto -- com Lisboa tão longe em Lisboa tão perto. Lisba é uma palavra dolorosa Lisboa são seis letras proibidas seis gaivotas feridas rosa a rosa Lisboa a desditosa desfolhada palavra por palavra espada a espada. Lisboa tem um cravo em cada mão tem camisas que abril desabotoa mas em maio Lisboa é uma canção onde há versos que são cravos vermelhos Lisboa que ninguem verá de joelhos. Lisboa a desditosa a violada a exilada dentro de Lisboa. E há um braço que voa há uma espada. E há uma madrugada azul e triste Lisboa que não morre e que resiste. Poema:Manuel Alegre
Fotografia:Diário de Lisboa
domingo, 19 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Chove!
Chove...
Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?
Chove...
Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.
Poema:José Gomes Ferreira.
Fotografia:Diário de Lisboa
Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?
Chove...
Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.
Poema:José Gomes Ferreira.
Fotografia:Diário de Lisboa
terça-feira, 14 de setembro de 2010
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Lisbon Revisited (1923) (Lisboa Revisitada) (Poema), de Álvaro de Campos (Heterônimo de Fernando Pessoa)
Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafisica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!
Ó céu azul o mesmo da minha infância ,
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Álvaro de Campos ( Fernando Pessoa)
Fotografia: Diário de Lisboa (algures na Av. da Liberdade)
sábado, 11 de setembro de 2010
O Jardim Como Espelho- Goethe Institut Lissabon

15 a 17 Set: 22h | ||||||||
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Exibição de 10 vídeos de artistas portugueses e alemães relacionados com jardins, parques e espaços verdes. | ||||||||
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Informações Úteis: Jardim
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Out Jazz 2010

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Vogue...

Por uma noite, Lisboa, parecia uma cidade com vida. A baixa de lisboa, quase sempre deserta de noite, ganhou vida...
Fotografia: Diário de Lisboa
Fotografia: Diário de Lisboa
Imperdivel:Carta de Lisboa-A letter from Lisbon.


Acreditar que tudo tem inicio aqui é,em si, uma ilusão.
O mar fica já ali, naquele varandim,logo acima da colina...
Lisbon,...
to believe that eveything begins here is itself an ilusion.
The sea is just there, beyond that balcony,over the hill...
in carta de Lisboa
Eric sarner e Miguelanxo Prado.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
TODOS-Caminhada de Culturas.

FOTOGRAFIA : CARLOS MORGANHO.
TODOS-Caminhada de culturas.
...Entre os dias 16 e 19, a Mouraria bairrista abre portas ao fado, ao Oriente, à África e à América Latina com o objectivo de aproximar tradições, culturas e povos. Músicas e concertos, religiões, gastronomia, comércio, passeios a pé, circo, teatro, dança, livros escritos por moradores e fotografias do bairro estarão disponíveis para os moradores, e não só...
texto Davide Pinheiro-DN
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
LISBON STORY - HQ Trailer ( 1994 )
Um Homem na Cidade.

"Um Homem na Cidade "é um dos melhores álbuns da musica popular Portuguesa de sempre.Com poemas soberbos de José Carlos Ary dos Santos e interpretado magistralmente por Carlos do Carmo é talvez a mais bonita declaração de amor a Lisboa alguma vez feita. Devia ser considerado património da cidade de Lisboa.
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Lisboa
Carlos do Carmo, Um Homem na Cidade.
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